O propósito do trabalho de Hanna é dar visibilidade a populações vulneráveis e contribuir com pautas sociais&nbsp;Hanna Beatriz tem só 22 anos, muita história para contar e conquistas para celebrar. Depois de viver situações de violência física e psicológica durante a infância e adolescência, é hoje uma das poucas mulheres negras no país a trabalhar pilotando drones para grandes produções audiovisuais. No portfólio, imagens para o documentário internacional Raízes da África e o longa-metragem “Tudo por um Pop Star 2”, a cobertura da Marcha das Mulheres Negras no Rio de Janeiro e do Rock in Rio 2024. Na bagagem de vida, a superação pessoal, o olhar sensível para os dramas sociais e a resiliência para manter-se firme em ambientes hostis.***Nascida em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na Baixada Fluminense, em uma localidade de baixa renda, Hanna teve infância e adolescência conturbadas, morando com a mãe – uma pessoa violenta que a mantinha afastada do convívio com outros membros da família. Aos 17 anos, começou a usar o celular para aprender sobre edição de vídeo e design gráfico e, às escondidas, passou a criar pequenos anúncios para lojinhas da região para obter alguma renda.Com apoio de amigos, professores e da família do ex-namorado, Hanna conseguiu sair de casa e passou a viver na zona rural de um município vizinho. Diariamente, enfrentava longas horas de deslocamento até o Rio, onde cursava o Ensino Médio Técnico em Química em um instituto federal de educação. Lá, destacou-se criando projetos para ajudar alunos de escolas públicas a se prepararem para as olimpíadas brasileiras de Astronomia e de Ciências e obteve uma bolsa que ajudava no seu sustento.Passou a visitar museus, exposições e programas musicais onde descobriu seu gosto pela arte e cultura. “Foi aí que eu comecei a viver. Claro que gostaria de ter tido uma infância e adolescência normais, mas tudo que aconteceu me fez amadurecer muito cedo e ser a pessoa que me tornei hoje”, avalia. A partir de 2022, ela conseguiu restabelecer contato com familiares e estreitar a relação com o pai, hoje um grande apoiador e companheiro.<figure class="image"><img style="aspect-ratio:590/753;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/Foto_2_Reaproximacao_com_a_familia_umas_das_conquistas_da_vida_nova_de_Hanna_ffb3771ad3.jpg" alt="Foto 2 - Reaproximação com a família, umas das conquistas da vida nova de Hanna.jpg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_Foto_2_Reaproximacao_com_a_familia_umas_das_conquistas_da_vida_nova_de_Hanna_ffb3771ad3.jpg 122w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_Foto_2_Reaproximacao_com_a_familia_umas_das_conquistas_da_vida_nova_de_Hanna_ffb3771ad3.jpg 392w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/medium_Foto_2_Reaproximacao_com_a_familia_umas_das_conquistas_da_vida_nova_de_Hanna_ffb3771ad3.jpg 588w," sizes="100vw" width="590" height="753"><figcaption>Reaproximação com a família, uma das conquistas da vida nova de Hanna</figcaption></figure>Desde que saiu de casa, mesmo com poucos recursos, Hanna não poupou esforços em busca de qualificação. O primeiro curso foi o de produção cultural, que apresentou a ela um novo leque de caminhos profissionais. “Quando a gente vem da periferia, não se tem muito acesso à cultura. No curso, descobri possibilidades que nem sabia que existiam”, diz Hanna, que decidiu interromper o curso de química, mudou-se para o centro do Rio para ficar mais próxima do meio cultural e começou a trabalhar como iluminadora de palco em uma casa de espetáculos.Aproveitando uma bolsa de estudos da secretaria municipal de políticas para mulheres do Rio, Hanna fez cursos de fotografia e de operadora de vídeo, onde teve aulas com instrutores que são referência para o audiovisual e o cinema negros no Brasil. Lá também percebeu a barreira seguinte que deveria superar: os custos com equipamentos para atuar na área do audiovisual. Foi com uma câmera emprestada que ela começou a fazer suas primeiras fotos. E, em 2023, chegou ao curso de Operador de Drone, do Espaço da Juventude do Estácio, oferecido pelo Instituto Besouro em parceria com a Secretaria de Juventude do Rio de Janeiro, e deu mais um passo significativo para sua carreira.<figure class="image"><img style="aspect-ratio:590/590;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/Foto_4_Primeiro_trabalho_de_Hanna_no_audiovisual_como_iluminadora_de_palco_na_casa_de_espetaculos_Fundicao_Progresso_bairro_da_Lapa_9c69db8399.jpg" alt="Foto 4 - Primeiro trabalho de Hanna no audiovisual como iluminadora de palco na casa de espetáculos Fundição Progresso, bairro da Lapa.jpg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_Foto_4_Primeiro_trabalho_de_Hanna_no_audiovisual_como_iluminadora_de_palco_na_casa_de_espetaculos_Fundicao_Progresso_bairro_da_Lapa_9c69db8399.jpg 156w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_Foto_4_Primeiro_trabalho_de_Hanna_no_audiovisual_como_iluminadora_de_palco_na_casa_de_espetaculos_Fundicao_Progresso_bairro_da_Lapa_9c69db8399.jpg 500w," sizes="100vw" width="590" height="590"><figcaption>Primeiro trabalho de Hanna na área do audiovisual como iluminadora de palco na Fundição Progresso</figcaption></figure><h3>A luta contra o racismo e a atuação social como propósito</h3>Morando na Lapa, um bairro que à noite ostenta imagem de espaço democrático, quase todos os dias Hanna passava por situações de racismo. Ela conta que frases como “vai pentear esse cabelo” eram comuns na rua. Na padaria, outras pessoas eram atendidas e ela não. Segundo Hanna, os seis meses que passou no bairro foram, no entanto, um período de grande aprendizado, pois foram &nbsp;situações como essas que despertaram o desejo de trabalhar para dar voz a pessoas invisíveis e vulneráveis por meio de fotos e documentários – e foram motivação para abrir sua produtora.Ela conta que foi ali, observando um evento religioso em que os participantes, quase tropeçavam em pessoas pobres largadas nas calçadas, sem nenhum olhar ou gesto de solidariedade, que despertou e teve a clareza do seu propósito com o trabalho audiovisual. “Foi tão chocante pra mim, as pessoas passando por ele como se fosse um objeto... E veio a decisão: quero ajudar as pessoas a enxergarem de fato aquilo que não está sendo visto. E esse é um poder da fotografia e do audiovisual”, define Hanna.Com a câmera emprestada, aventurou-se pela primeira vez nas ruas em 2022 e passou a registrar imagens do cotidiano. “Ao invés de ficar com medo de assalto, andando com equipamento entre a população de rua, foi o contrário, as pessoas vinham até mim fazendo caretas, palhaçadas, querendo ser vistas. Meu grande sonho é fazer um trabalho com essas pessoas, poder ajudar de alguma forma”, diz Hanna que além do domínio profissional, quer desenvolver mais sua estrutura emocional para poder atuar nesse universo.<figure class="image"><img style="aspect-ratio:590/379;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/Foto_5_Umas_das_primeiras_fotos_de_Hanna_com_a_camera_emprestada_no_bairro_da_Lapa_34b70bcd12.jpg" alt="Foto 5 - Umas das primeiras fotos de Hanna com a câmera emprestada, no bairro da Lapa.jpg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_Foto_5_Umas_das_primeiras_fotos_de_Hanna_com_a_camera_emprestada_no_bairro_da_Lapa_34b70bcd12.jpg 243w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_Foto_5_Umas_das_primeiras_fotos_de_Hanna_com_a_camera_emprestada_no_bairro_da_Lapa_34b70bcd12.jpg 500w," sizes="100vw" width="590" height="379"><figcaption>Umas das primeiras fotos de Hanna com a câmera emprestada, no bairro da Lapa</figcaption></figure><h3>Desafios da mulher negra no audiovisual</h3>Uma área masculina, branca e com a barreira de altos custos para equipamentos. Assim Hanna define o meio de trabalho do audiovisual. Ela diz que hoje, operando drones, já desempenha funções em sets de cinema e em eventos de grande porte em que é muito comum ser a única mulher e a única negra atuando no local. “Quando se pensa em operador de drone se pensa em homens e brancos. Não temos representatividade, não temos referências negras nesse meio. E não falo só pela vivência diária no setor. Na minha pesquisa de imagem para o material de divulgação precisei da ajuda da Inteligência Artificial para criar uma imagem”, observa Hanna.Além da maior procura pelo trabalho de homens na área,o custo dos equipamentos é outra das barreiras de contratação no mercado de trabalho do audiovisual para quem para quem vem da periferia. Hanna sinaliza que, mesmo para os homens, sofrem com racismo no meio do audiovisual. “Muitas vezes, em uma equipe com um homem branco e outro negro, o cliente insiste em se dirigir e tratar com o branco mesmo que o negro seja o coordenador da equipe”, relata.“É difícil, mas necessário, estar nesse meio, enfrentar esses ambientes. Você recebe os olhares, percebe a cara de nojo, as pessoas te olhando como se você fosse um bicho, te encarando como se dissessem: seu lugar não é aqui”, diz Hanna lembrando de um trabalho na Zona Sul do Rio em que usou um turbante e a peça da indumentária da cultura negra incomodou até mais do que normalmente acontece com seu cabelo black.Ela diz que lugares com pessoas com maior poder aquisitivo, eventos em áreas elitizadas, pagam melhor, mas oferecem mais riscos e fala da sua estratégia para lidar com os ambientes e pessoas hostis: “São situações que nos afetam e a gente tem que estar sempre se fortalecendo para enfrentar. Mesmo estando muitas vezes com vontade de chorar, mantenho a postura, o semblante alegre, como se nada estivesse acontecendo”, compartilha a profissional.Hanna diz que se propõe a ocupar esse lugar, inclusive para mostrar a outras mulheres que elas também podem estar ali, mas tem o cuidado de ressaltar que essa é apenas uma escolha pessoal sua. “Não é só porque é mulher e negra que a pessoa precisa enfrentar o sistema. Se opta por não se desafiar, está tudo bem também.”&nbsp;<h3>Afroframe ocupa espaço em sets de cinema e eventos de grande porte</h3>Hanna abriu sua produtora, a Afroframe Estúdio, no início de 2023, com trabalho de fotografia. Depois ampliou sua atuação a partir do Curso de Operação de Drone, realizado no Espaço da Juventude, iniciativa Secretaria de Juventude do Município do Rio de Janeiro em parceria com o Instituto Besouro de Fomento Social.De lá para cá, a empreendedora teve a oportunidade de ter atuar em várias produções relevantes como &nbsp;o documentário Raízes Africanas, que estreia nos cinemas brasileiros no próximo dia 21 de novembro e explora as influências africanas na formação de três ritmos essenciais para a música mundial: o jongo, a rumba e o blues<figure class="image"><img style="aspect-ratio:590/332;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/Foto_7_Imagem_de_Hanna_para_o_documentario_Raizes_da_Africa_f71f8344ca.jpg" alt="Foto 7 - Imagem de Hanna para o documentário Raízes da África.jpg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_Foto_7_Imagem_de_Hanna_para_o_documentario_Raizes_da_Africa_f71f8344ca.jpg 245w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_Foto_7_Imagem_de_Hanna_para_o_documentario_Raizes_da_Africa_f71f8344ca.jpg 500w," sizes="100vw" width="590" height="332"><figcaption>Imagem de Hanna para o documentário Raízes da África: registro da Roda de Jongo no Quilombo Santa Rita do Bracuí</figcaption></figure>Hanna também fala do trabalho recente de cobertura do Rock in Rio 2024. Ela conta que, pela sua condição financeira, nunca tinha ido ao evento. Agora já poderia desfrutar desse prazer como espectadora, mas foi chamada para trabalhar fazendo imagens para a rede social Tick Tock. “Pra mim o Rock in Rio sempre foi um sonho. Imagino que é o de todo profissional do audiovisual, trabalhar em um evento desse porte. Mas achava que só aconteceria daqui a muitos anos para mim. Foi um sonho realizado!”Hanna também destaca sua viagem à Brasília, a primeira a trabalho, realizada em dezembro de 2022, quando ainda estava em seus primeiros contatos com a câmera e atuou registrando imagens do Fórum Nacional de Mulheres Negras 2023, para um documentário sobre a trajetória de mulheres negras na política. Ela também participou do evento como representante da Rede de Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro, da qual é membro e atua voluntariamente na cobertura de eventos.<figure class="image"><img style="aspect-ratio:590/332;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/Foto_9_Registro_da_Marcha_de_Mulheres_Negras_no_Rio_de_Janeiro_c7eeafa8ac.jpg" alt="Foto 9 - Registro da Marcha de Mulheres Negras no Rio de Janeiro.jpg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_Foto_9_Registro_da_Marcha_de_Mulheres_Negras_no_Rio_de_Janeiro_c7eeafa8ac.jpg 245w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_Foto_9_Registro_da_Marcha_de_Mulheres_Negras_no_Rio_de_Janeiro_c7eeafa8ac.jpg 500w," sizes="100vw" width="590" height="332"><figcaption>Registro da &nbsp;Marcha de Mulheres Negras no Rio de Janeiro: a pauta é uma das marcas da atuação profissional de Hanna</figcaption></figure>Contribuir para as pautas sociais e atuar na causa das Mulheres Negras é uma das prioridades do trabalho de Hanna. “Falta ter mais pessoas como a gente para contar essa história, por isso minha ideia é sempre chamar mais mulheres negras para minha equipe. Porque quando se vai filmar um conteúdo dessas pautas sociais, é importante que a pessoa tenha essa sensibilidade”, avalia Hanna.A empreendedora é grata pelas múltiplas oportunidades de trabalho e possibilidades de interagir e crescer, pessoal e profissionalmente: “É impressionante como um trabalho vai puxando o outro. E quando encontramos outras mulheres que têm interesse nessa pauta, as redes vão se expandindo”. Hoje, a produtora está crescendo, mudou positivamente a situação financeira de Hanna e já gera trabalho e renda para outras pessoas. Segundo ela, já são quatro profissionais fixos na equipe e ainda assim está difícil dar conta da demanda. A maioria dos trabalhos são em eventos, a maior parte deles, culturais e sociais.&nbsp;

Muito além do racismo: no mês da Consciência Negra, conheça a história de alunos da Besouro que são destaques em suas áreas

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&nbsp;Anati descobriu na música sua paixão e sonha em atuar apenas como DJ&nbsp;Nathani Saldanha Hilário tem 28 anos e sempre gostou de ouvir música e dançar – ela só nunca tinha pensado que seu lazer poderia ser também sua fonte de renda.Depois de experimentar várias atividades, investiu em um curso na área da beleza e há seis anos vem trabalhando com alongamento de cílios, no salão montado pela irmã no bairro de Del Castilho, no subúrbio carioca. Foi só em 2023 que ela despertou profissionalmente para o mundo da música. Hoje conhecida como DJ Anati, Nathani está ganhando prática e conhecimento e ainda concilia as duas atividades, mas planeja realizar o sonho de atuar exclusivamente como DJ.<h3>O início da jornada</h3>Anati fala com carinho da vida simples e feliz no Complexo do Alemão, conjunto de comunidades na zona norte do Rio onde nasceu e viveu até 2023. “Tive uma infância bem alegre, divertida, cercada de amigas. Em comunidade, as crianças sempre ficam bem à vontade para brincar. Nunca tive muito luxo, mas nunca passei necessidade”.A busca por oportunidades profissionais começou na adolescência. A partir da separação dos pais, aos 14 anos, vendo a dificuldade da mãe para se reerguer e os desafios financeiros enfrentados pela família, ela partiu em busca do primeiro trabalho para ajudar no sustento da casa.Antes de atuar no ramo da beleza, Anati experimentou muita coisa: trabalhou como jovem aprendiz na área administrativa de grandes organizações, fez uma formação de técnica em enfermagem e iniciou um curso na área de Petróleo e Gás. Quando a irmã abriu seu espaço de beleza, Anati então se qualificou para trabalhar com alongamento de cílios, atividade em que passou a empregar sua habilidade e a ter retorno financeiro,Mas ela sabia que precisava de mais. “Eu me cobrava muito e fui tentando ver onde me encaixava. Não entendia ainda o que queria, não via a música e a arte como uma profissão, algo com que pudesse ganhar dinheiro, via só como hobby. Mas chegou um momento em que eu precisei me encontrar de verdade”, compartilha Anati.<h3>A mudança para o mundo da música</h3>Em maio de 2023, a partir de uma conversa com a esposa, decidiu investir no que gostava e procurou seu primeiro curso na área da música: uma formação em DJ e mixagem básica com a renomada DJ Tami. A oportunidade veio por meio do Projeto Tami na Laje, uma iniciativa da artista fluminense que oferece cursos gratuitos para mulheres.“Quando comecei o curso, estava perdida, precisava me descobrir. Foi ali que tive meu primeiro contato com o equipamento e aprendi muito do que sei hoje”, avalia. O contato foi tão frutífero que, dois meses depois, Tami apostou em Anati doando a ela um equipamento seu: “Ela ia desapegar e escolheu me presentear porque tinha certeza que eu iria fazer um bom uso dele”, lembra agradecida.<figure class="image"><img style="aspect-ratio:590/590;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/Foto_2_Primeiro_curso_de_Anati_na_arae_da_musica_com_DJ_Tami_2_9cfc2c78e7.jpeg" alt="Foto 2 - Primeiro curso de Anati na árae da musica com DJ Tami (2).jpeg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_Foto_2_Primeiro_curso_de_Anati_na_arae_da_musica_com_DJ_Tami_2_9cfc2c78e7.jpeg 156w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_Foto_2_Primeiro_curso_de_Anati_na_arae_da_musica_com_DJ_Tami_2_9cfc2c78e7.jpeg 500w," sizes="100vw" width="590" height="590"><figcaption>Anati e a turma do curso com DJ Tami</figcaption></figure>Em seguida, veio o curso de DJ oferecido pela Besouro no Espaço da Juventude. “Esse espaço me abriu muitas portas, me deu uma direção que eu precisava e me proporcionou acesso a equipamentos que, na época, não tinha”, relembra.Hoje, Anati concilia o trabalho na área da beleza de segunda à sexta com a atuação como DJ nos finais de semana. Sua meta é ter pelo menos um evento por semana e, aos poucos, ampliar visibilidade e contratos para, no futuro, viver como DJ. “Só tem um ano que me formei. É um caminho que ainda preciso trilhar, com muito estudo e divulgação, para atingir meu objetivo, mas minha vontade mesmo é viver só do trabalho como DJ”, resume.Com esse foco, Anati procura sempre frequentar eventos para conhecer o trabalho de outros profissionais e participar de workshops com DJs experientes. Seu próximo projeto é um curso de toca discos, conhecimento que ela considera importante para aprimorar sua técnica.<figure class="image"><img style="aspect-ratio:590/787;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/Foto_4_Primeiro_evento_de_Anati_atuando_como_DJ_Baile_do_Dy_Moura_em_Madureira_set_2023_1_7dff582e87.jpeg" alt="Foto 4 -Primeiro evento de Anati atuando como DJ, Baile do Dy Moura em Madureira, set 2023 (1).jpeg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_Foto_4_Primeiro_evento_de_Anati_atuando_como_DJ_Baile_do_Dy_Moura_em_Madureira_set_2023_1_7dff582e87.jpeg 117w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_Foto_4_Primeiro_evento_de_Anati_atuando_como_DJ_Baile_do_Dy_Moura_em_Madureira_set_2023_1_7dff582e87.jpeg 375w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/medium_Foto_4_Primeiro_evento_de_Anati_atuando_como_DJ_Baile_do_Dy_Moura_em_Madureira_set_2023_1_7dff582e87.jpeg 562w," sizes="100vw" width="590" height="787"><figcaption>Primeiro evento em que Anati atuou profissionalmente como DJ, no Viaduto de &nbsp;Madureira, ponto simbólico para cultura negra no Rio de Janeiro</figcaption></figure><h3>Letramento racial e o reconhecimento da beleza negra</h3>Anati relata que demorou a entender o que era racismo. O entendimento veio a partir da adolescência, quando ela passou a viver algumas situações problemáticas. Certa vez, ela conta, uma pessoa quis que ela e uma amiga com cabelo black saíssem do elevador em que estavam.“Nunca fui uma pessoa que trava quando vê um problema”, diz Anati. “Primeiro ajo, depois vou entender. Fiquei tão perplexa que na hora só reagi dizendo que ela mesma se retirasse se quisesse. Só mais tarde percebi o que tinha acontecido e procurei a segurança do local. Aí mesmo que fiquei com raiva e aliviada por ter reagido”.Outra situação aconteceu na gravação de um curta metragem. Embora a produção tivesse como tema “o charme e a black music dos anos 90”, dispensaram sua participação como figurante pois queriam pessoas com cabelo alisado.Embora hoje não seja mais assim, Anati conta que usou química para alisar o cabelo até os 17 anos. “Era muito difícil: os olhos ardiam, a cabeça queimava, ficava ferida por vários dias. Mas todos alisavam. Na família, na escola, os amigos... as pessoas pretas não tinham essa consciência de aceitação, ninguém achava bonito o cabelo natural”.Na visão dela, essa desconstrução felizmente veio com o tempo, e hoje as pessoas aprenderam a valorizar mais sua beleza natural. “Essa padronização é uma estética americanizada que hoje foi desconstruída com o reconhecimento e a valorização da beleza negra”, avalia Anati. Para a DJ, o conceito branco de beleza ditou as regras por tempo demais. “Não que a pessoa não possa usar cabelo liso, mas uma coisa é você alisar porque se sente bem e outra por não ter opção”.Para Anati, a transição capilar foi um percurso longo, mas que valeu a pena. Há dois anos, incentivada pela esposa Beatriz, ela resolveu mudar radicalmente o visual, cortando o cabelo bem curto para tirar toda a química que ainda havia. O movimento coincidiu com a decisão de assumir sua sexualidade e a relação homoafetiva para a mãe. “Queria contar pra ela quem eu era de verdade, e mudar o cabelo me ajudou a me aceitar em todos os aspectos”, celebra.<figure class="image"><img style="aspect-ratio:590/787;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/Foto_5_Anati_com_a_esposa_Beatriz_1_f55c896580.jpeg" alt="Foto 5 -Anati com a esposa Beatriz (1).jpeg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_Foto_5_Anati_com_a_esposa_Beatriz_1_f55c896580.jpeg 117w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_Foto_5_Anati_com_a_esposa_Beatriz_1_f55c896580.jpeg 375w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/medium_Foto_5_Anati_com_a_esposa_Beatriz_1_f55c896580.jpeg 562w," sizes="100vw" width="590" height="787"><figcaption>&nbsp;Anati com a esposa, Beatriz</figcaption></figure>&nbsp;

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Valdelice realiza o sonho de seus clientes na forma de bolos artísticos e outros confeitos e almeja realizar, em breve, o seu: ensinar quem quiser seguir na área&nbsp;No dia em que concedeu a entrevista para essa matéria, Valdelice Lídia Assunção Nascimento, 60 anos, elaborava o cardápio de Natal a ser oferecido pela sua empresa, a Wal Delícia’s Dreams, neste final de ano. Os “sonhos”, inseridos no nome do negócio, ela faz realidade na forma de bolos e outros confeitos (tão bonitos quanto saborosos). Na atividade, a empreendedora combina a sua paixão pela gastronomia com os interesses e os dotes adquiridos em relação ao artesanato, o que lhe permite oferecer iguarias que já contam com fãs contumazes, mas que ela pretende levar a mais e mais pessoas nos próximos anos.Para isso, entende ser necessário qualificar a divulgação do trabalho, feita especialmente via WhatsApp e Instagram (<a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://www.instagram.com/valdelicelidia">confira aqui</a>). Foi de olho nisso que Valdelice participou do Meu Trampo, programa de capacitação empreendedora da Prefeitura de São Paulo em parceria com a Besouro. “Achei o curso super maravilhoso e indico a outras pessoas para que aproveitem a oportunidade se abrirem novas vagas”, diz ela que, no momento, espera pela etapa pós-curso, de mentoria, em que aprofundará conhecimentos sobre o melhor emprego das novas mídias. “Já tiro boas fotos, mas há espaço para melhorar. As ideias que passam na minha cabeça, acredito, são melhores do que as que eu tenho visto por aí, mas ainda não consigo realizá-las, pois não domino a edição de vídeos, por exemplo”, pondera. Outra barreira a ser superada é a da timidez. Valdelice diz ainda ser desconfortável estar diante de câmeras para, por exemplo, mostrar como são os processos no seu trabalho.&nbsp;<figure class="image"><img style="aspect-ratio:550/550;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/Valdelice1_1_578a283581.jpeg" alt="Valdelice1 (1).jpeg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_Valdelice1_1_578a283581.jpeg 156w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_Valdelice1_1_578a283581.jpeg 500w," sizes="100vw" width="550" height="550"><figcaption>Bolo de aniversário feito por Valdelice</figcaption></figure>&nbsp;A ampliação dos saberes sobre novas mídias será um ingrediente a mais para o sucesso da empreendedora, que adquiriu insumos indispensáveis à gestão de negócios ao longo de sua vida profissional. Por mais de duas décadas ela executou tarefas administrativas em uma empresa, e isso também lhe dá subsídios para conduzir o empreendimento próprio de melhor maneira.&nbsp; Foi justamente a partir do desligamento do emprego com carteira assinada que nasceu oficialmente a Wal Delícia’s Dreams. Como para muitas outras pessoas, a pandemia de Covid-19 trouxe a sua demissão, em outubro de 2020. O momento foi ainda mais difícil porque, pouco antes, sua mãe falecera de câncer, num processo que exigiu muito de Valdelice (emocional, física e financeiramente). Ela buscou, então, na confeitaria, uma porta para sair do momento negativo. O potencial dos seus produtos já lhe era relativamente evidente porque empreender, mesmo que informalmente, permeou a sua vida desde cedo. “Meu pai faleceu quando eu nem havia nascido, e minha mãe, com quatro filhos, trabalhava muito pra sustentar a gente, pagar o aluguel, etc. Sempre gostei de artesanato, e comecei pintando panos de prato, entre outras coisas, ainda criança. Quando adolescente, passei a fazer docinhos, e aprendi a elaborar outras coisas, como pães de mel e trufas, e vendia essas coisas. Inclusive na empresa em que eu trabalhei depois”, relata Valdelice.&nbsp; Dessa forma, ela sabia do sucesso de seus produtos entre quem os experimentava – as suas trufas, por exemplo, já tinham seguido aos Estados Unidos, à França e Itália, para serem servidos em festas e casamentos. Acho que há um tipo de alquimia na culinária. A de que quando você gosta de cozinhar, o seu amor passa para os doces, e as pessoas conseguem sentir isso”, amplia a empreendedora. Diante disso, Valdelice investiu parte do dinheiro proveniente da rescisão contratual em cursos para aperfeiçoar-se e na abertura de seu Microempreendimento Individual, mantido na residência que a confeiteira aluga no Campo Limpo, distrito da Zona Sul de São Paulo.&nbsp;<figure class="image"><img style="aspect-ratio:600/600;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/Valdelice2_1_2bfbcda14c.jpeg" alt="Valdelice2 (1).jpeg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_Valdelice2_1_2bfbcda14c.jpeg 156w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_Valdelice2_1_2bfbcda14c.jpeg 500w," sizes="100vw" width="600" height="600"><figcaption>Bolo temático feito por Valdelice para uma encomenda</figcaption></figure>&nbsp;As metas de Valdelice incluem consolidar seu empreendimento para ela poder “passar menos tempo diante do fogão”, como define. A ideia é ter alguém para ajudá-la no atendimento aos pedidos e usar o tempo “livre” para ensinar a arte da confeitaria a outras pessoas, especialmente àquelas que estejam desalentadas. O desejo é o de levar o poder terapêutico que existe em confeitar a quem, como ela, em algum momento, ficou desamparado e sem saber o que fazer da vida. “Há espaço para todo mundo nesse ramo. Quero ensinar a confeitaria, mas também artesanato. Enfim, contribuir para as pessoas terem oportunidades, serem autossuficientes e desestressarem”, detalha.&nbsp; Hoje, o artesanato se combina à confeitaria de Valdelice na decoração dos produtos em si, mas também nas embalagens que os acondicionam – o que agrega um viés sustentável ao empreendimento. Ela adorna latas e vidros que continham as matérias-primas utilizadas em sua cozinha para que sejam os recipientes em que coloca os doces que prepara. No mês do Dia da Consciência Negra, Valdelice deixa como mensagem que todos, independentemente do que digam e façam, são capazes e filhos de um mesmo “Rei”. “Acho que é preciso que a gente fortaleça constantemente o nosso interior e lembre, sempre, de que Deus ama a todos sem distinções. Não devemos deixar ninguém tratar ninguém de maneira diferente. Precisamos nos valorizar e valorizar os trabalhos feitos pelos nossos ancestrais. Eu sou uma pessoa muito otimista e considero importante espalhar isso. Por exemplo, sou muito sorridente. Nem sempre eu estou feliz, mas quando entro num ônibus com um sorriso e dou um bom dia, isso faz com que as outras pessoas comecem a brilhar”, define.

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Maria Luisa dos Santos encontrou no empreendedorismo uma forma de vencer os obstáculos da vida&nbsp;Maria Luisa dos Santos, de 27 anos, natural de São José dos Campos, São Paulo, enfrentou muitos obstáculos ao longo da vida. Problemas de saúde, acidentes graves na infância e desafios pessoais marcaram sua trajetória, mas também fortaleceram sua determinação. Hoje, empreendedora à frente do negócio Mãe e Filha – Moda Feminina, Maria Luisa viu sua vida mudar depois de participar do projeto Gerdau Transforma, realizado pela Gerdau em parceria com a Agência Besouro, onde aprendeu a estruturar seu empreendimento e solidificar sua visão de futuro.“Desde pequena, sempre tive algo a que lutar contra, como minha mãe gosta de dizer. Passei por muitos problemas de saúde na infância, tive doenças respiratórias severas e, aos 15 anos, precisei fazer uma cirurgia de emergência por conta de uma hemorragia interna. Foi um período muito complicado”, lembra Maria Luisa. Sua história é repleta de momentos de superação, que se tornaram o combustível de sua luta para transformar dificuldades em oportunidades.<h3>A busca por independência e realização</h3>Casada e mãe de uma menina de quatro anos, Maria Luisa hoje vive no Paraná, onde conseguiu comprar sua casa e se estabilizar junto da família. Após uma trajetória marcada por resiliência e superação, ela decidiu embarcar no empreendedorismo em 2023. A loja online de moda feminina e artesanato, Mãe e Filha - Moda Feminina, começou de maneira tímida, mas logo prosperou. Ela revela que a motivação inicial foi a busca por independência financeira e a realização pessoal. “Quando decidi empreender, queria algo meu, um espaço onde eu pudesse ver o resultado do meu esforço e dedicação. Foi aí que eu descobri o curso pela internet e me inscrevi”, explica.A experiência com o Gerdau Transforma trouxe avanços importantes para o negócio. Durante o curso, Maria Luisa aprendeu a organizar o fluxo de caixa, a estruturar seu perfil profissional no Instagram e a utilizar ferramentas digitais, como o Canva, para criar templates e divulgar melhor seus produtos. Com o conhecimento adquirido, conseguiu dobrar o faturamento da loja e está determinada a abrir um ponto físico para atendimento. “A consultoria foi essencial para o crescimento da minha loja. Eu aprendi estratégias de venda, técnicas que antes eu desconhecia e que fizeram uma grande diferença”, diz.<h3>Empoderamento feminino e uma mensagem de esperança</h3>Para Maria Luisa, um dos pontos altos da capacitação foi a proximidade e o acolhimento proporcionados pela equipe da Besouro. “O que mais me trouxe satisfação foi o atendimento e a forma como os mentores transmitiram o conteúdo. Foram muito atenciosos e acolhedores, o que realmente me tocou e me fez sentir confiante”, afirma. Com o apoio do curso, ela conseguiu acessar as ferramentas necessárias para profissionalizar seu negócio e impulsionar suas vendas, equilibrando sua versão empreendedora com as de mãe e esposa.Ela destaca o impacto positivo da Besouro não apenas em sua trajetória, mas também em outros empreendedores que buscam alcançar seus sonhos. “Esse trabalho é muito bonito. Ele ajuda outras pessoas, outros empreendedores a realizarem o sonho de ter a própria empresa. Não tem coisa mais bonita no mundo do que ajudar alguém a realizar um sonho”, conta.<h3>Mudança de mentalidade e persistência</h3>Ao refletir sobre sua jornada, Maria Luisa compartilha uma mensagem que reflete sua visão de vida: nunca desistir, mesmo quando os desafios parecem insuperáveis. “Por mais que você ache que é incapaz, que não consegue, é preciso mudar a mente. Transformar a mentalidade negativa para a de uma pessoa vencedora”, aconselha. Para ela, o pensamento positivo e a persistência são essenciais para construir uma vida de sucesso, e ela acredita que o caminho para qualquer conquista começa na força do pensamento.Maria Luisa finaliza com uma citação inspiradora que, segundo ela, foi essencial para sua jornada: “Se você planta um pensamento, colhe uma atitude. Se planta uma atitude, colhe um hábito. Se planta um hábito, colhe um caráter. E, se planta um caráter, colhe um destino. Tudo começa na mente”.&nbsp;

Aluna do projeto Gerdau Transforma dobrou seu faturamento e ganhou confiança para realizar seus sonhos

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Cristina Daudt: aluna do projeto Mulheres Transformam retomou o empreendimento como costureira e hoje ensina e inspira outras mulheres &nbsp;Cristina Daudt, de 42 anos, sempre foi conhecida por sua determinação e pela busca incessante por novos aprendizados. Casada e mãe de dois meninos, Nicolas e Miguel, Cristina trabalhou em diversas áreas ao longo da vida, mas encontrou seu verdadeiro propósito no empreendedorismo e, hoje, se destaca como uma das colaboradoras do instituto Besouro, no projeto Mulheres Transformam.Cristina recorda que, durante a pandemia, viu seu negócio familiar, uma escola de capoeira administrada por ela e pelo marido, fechar as portas. “Perdemos todos os nossos alunos e locais de aula. Foi um período muito difícil, mas também uma oportunidade de reinvenção”, explica ela. Foi então que, ao relembrar um curso de costura feito em 2003, decidiu retomar a prática como forma de sustento. “Minha mãe comprou uma máquina de costura, e eu resolvi brincar, para ver se lembrava das aulas de costura. Fiz um pijama de mantinha e postei no Facebook. A resposta foi imediata, e todos queriam o pijama! Foi ali que eu e minha mãe vimos uma oportunidade de recomeçar”, relata Cristina.<h3>O nascimento do atelier Martina's Artes e Tramas</h3>Com a ajuda da mãe, Marta, Cristina criou o Atelier Martina's Artes e Tramas, uma homenagem à parceria entre mãe e filha. “O nome é uma junção dos nossos nomes: Cristina e Marta”, conta. Infelizmente, Marta faleceu devido à COVID-19, mas Cristina não permitiu que a perda a abalasse a ponto de desistir do sonho que construíram juntas. “Tudo o que montamos com tanto esforço, eu nunca iria desfazer”, afirma Cristina. Hoje, ela continua à frente do atelier e atua como costureira formada pelo SENAI, com especializações em ajustes e consertos pela Ninja da Costura e pela Escola de Costurar.Cristina encontrou uma nova direção para seu empreendimento e vida pessoal quando conheceu a Besouro em um curso oferecido pelo projeto Mulheres Transformam. A jornada teve início quando ela participou de um evento promovido pela ONG Casa Tulipa, onde integra um grupo de apoio e capacitação para empreendedoras. Nesse encontro, Cristina teve a oportunidade de participar de uma roda de conversa entre mulheres empreendedoras, onde descobriu a metodologia e o apoio oferecido pela Besouro. "Conheci a equipe maravilhosa, com professores comprometidos e focados nos resultados de suas alunas", comenta.Ela se recorda com carinho dos aprendizados com a professora Camila, que reforçou a importância do autovalor para quem empreende. “A professora Camila ensinou e mostrou o quão importante é saber se valorizar no seu negócio”, afirma. Além disso, as consultorias com a professora Carol foram um diferencial, especialmente pelo apoio contínuo e pela disponibilidade em ajudar a qualquer momento. Para Cristina, essa proximidade é crucial: “Isso é muito importante para quem precisa saber o caminho a seguir”.<h3>Apoio familiar e o fortalecimento da rede de mulheres</h3>O curso também teve um valor especial para Cristina por proporcionar a ela a possibilidade de aprender ao lado de sua irmã, que, assim como ela, buscava uma orientação profissional. “Ter ela ao meu lado nesta jornada de empreendedorismo é mágico”, diz Cristina, que acredita na importância de fortalecer a rede de apoio entre as mulheres.Para ela, as trocas com outras participantes do curso são uma fonte constante de inspiração e motivação. “Gosto muito das pessoas que fizeram o curso comigo. Acho que esse trabalho que a Besouro está fazendo é muito importante e deve ser espalhado para mais mulheres que, assim como eu, precisam”, completa, ressaltando a relevância do programa para mulheres que, muitas vezes, se encontram em busca de uma “luz no fim do túnel”.Após sua formação, Cristina decidiu retribuir o conhecimento que adquiriu. Hoje, ela atua não apenas como costureira, mas também como mentora de costura, ensinando outras mulheres a desenvolverem suas habilidades e a enxergarem o potencial de seus trabalhos. Com essa dedicação, Cristina se tornou uma verdadeira inspiração dentro do Instituto Besouro e uma figura-chave para outras alunas do programa."O curso da Besouro me ajudou a me encontrar. Hoje, além de costurar, eu ensino também", compartilha Cristina, com gratidão. Ao refletir sobre sua trajetória, Cristina deixa uma mensagem para quem enfrenta desafios em seu negócio: “Não desista. Se você persistir, você chegará ao sucesso desejado”.

Experiência da aluna do projeto Mulheres Transformam mostra como o empreendedorismo pode ser uma ferramenta de fortalecimento de redes de mulheres

Foi com os cursos oferecidos pela Besouro no Espaço da Juventude que Victoria descobriu como unir tecnologia e trabalho social e mudou o rumo de sua carreira&nbsp;Victoria Paz, de 19 anos, é um exemplo inspirador de como a educação tecnológica e o trabalho social podem caminhar juntos para transformar vidas. Natural do Rio de Janeiro, Victoria concluiu o curso técnico em Desenvolvimento de Sistemas no Colégio Pedro II. No entanto, mesmo após essa conquista, ela passou por um momento de incerteza quanto ao seu futuro profissional. "Eu estava passando por uma fase muito delicada, me sentindo perdida academicamente, sem saber qual caminho seguir, pois amo tanto a área social quanto a tecnológica", relata. A virada em sua trajetória começou quando um professor do técnico compartilhou com ela o link de inscrição para um curso oferecido pela Besouro por meio do Espaço da Juventude. O curso de Programação IoT (Internet das Coisas) não só reaproximou Victoria da tecnologia, como também plantou a semente de uma nova forma de enxergar o impacto social da sua profissão. "Foi no Espaço da Juventude que me senti acolhida, e foi lá que conheci o conceito de tecnologia social", comenta. A jovem menciona um encontro que mudou sua perspectiva. "Um momento marcante para mim foi quando o Diogo, coordenador do espaço, me apresentou a ideia de que era possível unir o trabalho social à tecnologia", conta Victoria. Esse entendimento a fez perceber como a exclusão digital afeta as comunidades mais vulneráveis. "Ele me mostrou como a falta de conhecimento em tecnologia básica pode levar à exclusão digital, e que, por meio dessa união, eu poderia trabalhar nas duas áreas que amo." A partir dessa nova visão, Victoria começou a trilhar um caminho de oportunidades. Ao participar dos cursos oferecidos pelo Espaço da Juventude, ela rapidamente aplicou os conhecimentos adquiridos e conquistou seu primeiro emprego como jovem aprendiz. "Com os cursos que fiz, consegui meu primeiro emprego como jovem aprendiz, e muitas portas se abriram a partir dessa oportunidade", relembra. Ela ainda destaca que a Besouro foi essencial para sua entrada no mercado de trabalho e para o desenvolvimento da sua autoconfiança. Além da capacitação técnica, Victoria menciona a importância da comunidade que encontrou na Besouro. "Conheci pessoas inspiradoras e ouvi histórias semelhantes à minha, o que me motivou e me fez acreditar que é possível, sim, crescer profissionalmente por meio do estudo, da prática e da persistência." Esse apoio e exemplo de outros jovens reforçaram a sua convicção de que, com dedicação e esforço, é possível alcançar o sucesso. Para Victoria, a Besouro exerce um papel fundamental no empoderamento de jovens das periferias. Muitos deles, como ela, enfrentam o desafio de não acreditar em seu próprio potencial. "A Besouro é crucial na vida de jovens periféricos que muitas vezes não acreditam em seu próprio potencial. Vocês despertam essa força de vontade, oferecem oportunidades e mostram o caminho para a ascensão." Atualmente, Victoria se prepara para dar um novo passo. Ela terá a chance de retribuir o que aprendeu, atuando como oficineira em cursos promovidos pela Besouro. "Terei a oportunidade de fazer ainda mais parte desse projeto. É realmente gratificante, há meses atrás jamais imaginei tantas conquistas." O entusiasmo de Victoria ao compartilhar sua trajetória é palpável, e ela conclui sua história com uma mensagem encorajadora aos jovens que se encontram perdidos ou incertos quanto ao futuro: "Acreditem em vocês mesmos, aproveitem todas as oportunidades, façam todos os cursos. As ideias que vocês têm e o que vocês criam não são em vão. Tudo será visto e recompensado."

Tecnologia como ferramenta de transformação social: conheça a jornada da aluna que mudou seu rumo profissional a partir da passagem pelo Espaço da Juventude

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Jéssica aplicou os aprendizados adquiridos como aluna do projeto Porto+Criativa para aprimorar o seu negócio, um espaço de beleza bem-sucedido em Porto Alegre&nbsp;Jéssica Soares de Souza sempre foi uma mulher determinada. Criada na comunidade Restinga, na periferia de Porto Alegre, ela enfrentou uma realidade difícil que muitas meninas pretas e humildes conhecem bem. No entanto, Jéssica nunca se conformou com o que a sociedade esperava dela. "Sempre quis transformar a minha realidade, mudar o que o sistema dizia que eu deveria ser como uma mulher preta favelada", afirma. Desde cedo, ela foi atrás de oportunidades para reescrever sua história, e foi assim que se formou em Publicidade e Propaganda, com muita dedicação e esforço. Apaixonada pelo universo da beleza, Jéssica encontrou no carnaval, onde desfilava como passista da escola de samba Estado Maior da Restinga, a inspiração para seu futuro. "Sempre amei maquiagem e beleza. O carnaval me abriu esse mundo e, desde então, vi que poderia transformar a minha vida através disso", conta. A paixão pelas maquiagens logo se transformou em uma jornada profissional. Depois de realizar diversos cursos de especialização, Jéssica percebeu uma oportunidade de mercado: havia poucos profissionais dedicados ao cuidado de cabelos cacheados como os dela. "Eu percebi que a maioria dos salões se especializava em cabelos lisos, mas não havia quem soubesse cuidar dos cachos como eles merecem", relata. Essa percepção se tornou a força motriz por trás de seu empreendimento. Em 2021, nascia a Rainha dos Cachos, um negócio dedicado ao cuidado e tratamento de cabelos crespos, cacheados e ondulados. Com o tempo, o salão começou a ganhar destaque em Porto Alegre, e Jéssica construiu uma base fiel de clientes. Mesmo assim, algo ainda faltava.Foi em 2023 que Jéssica decidiu dar um novo passo. Em junho daquele ano, ela abriu seu próprio espaço, o <a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://www.instagram.com/jessystudiobeautyy/">Jessy Studio Beauty</a>, especializado em cabelos curvilíneos. "O Jessy Studio Beauty é mais do que um salão, é um sonho realizado. Quero que as mulheres saiam daqui felizes e empoderadas, abraçando sua beleza natural", afirma. O foco do salão não está apenas no tratamento do cabelo, mas em oferecer um atendimento personalizado, garantindo que cada cliente se sinta única e confiante.<figure class="image"><img style="aspect-ratio:500/889;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/01_Jessica_em_frente_a_seu_salao_1_2fbf2c4c2f.jpg" alt="01 - Jéssica em frente a seu salão (1).jpg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_01_Jessica_em_frente_a_seu_salao_1_2fbf2c4c2f.jpg 88w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_01_Jessica_em_frente_a_seu_salao_1_2fbf2c4c2f.jpg 281w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/medium_01_Jessica_em_frente_a_seu_salao_1_2fbf2c4c2f.jpg 422w," sizes="100vw" width="500" height="889"><figcaption>Jéssica em frente a seu salão</figcaption></figure>Com o crescimento do seu negócio, Jéssica decidiu também compartilhar seus conhecimentos. Hoje, ela oferece cursos para meninas da comunidade, capacitando-as a terem uma fonte de renda no ramo da beleza. "É uma forma de retribuir e ajudar outras mulheres a encontrarem seu caminho, como eu encontrei o meu", explica.<h3>A descoberta da Besouro</h3>Mesmo com o sucesso do salão, Jéssica sabia que ainda precisava aprender mais sobre empreendedorismo para consolidar sua marca. Foi através de uma amiga que ela conheceu a Besouro, empresa de fomento social que oferece cursos gratuitos de empreendedorismo para pessoas em situação de vulnerabilidade. "Eu havia acabado de abrir o Jessy Studio Beauty, mas não sabia nada sobre o mundo do empreendedorismo. A Besouro foi uma oportunidade incrível de me qualificar e entender melhor como empreender", comenta. Jéssica se destacou durante o curso Porto Mais Criativa e sua trajetória logo chamou a atenção. Ela foi convidada a participar de uma live nacional da Besouro, na qual falou sobre a importância da imagem pessoal para os empreendedores. "Foi um momento marcante para mim. Fiquei muito feliz por poder compartilhar o meu conhecimento com alunos de todo o Brasil", relembra. Para Jéssica, a Besouro tem um papel fundamental na transformação de vidas nas periferias. "A Besouro proporciona a pessoas humildes a chance de realizar o sonho de empreender, oferecendo suporte e conhecimento. Eu sou muito grata por ter feito parte dessa jornada", afirma.<h3>Uma nova perspectiva</h3>O curso trouxe uma nova perspectiva para a empreendedora, ajudando-a a enxergar o potencial de seu negócio e a aprimorar suas estratégias. "Participar desse curso mudou a minha vida de formas que eu nem poderia imaginar. Eu entrei buscando conhecimento, mas saí com muito mais do que isso. Cada aula, cada troca com os professores e colegas me mostrou que, com dedicação, podemos superar qualquer barreira", conta emocionada. Hoje, Jéssica se sente mais confiante e preparada para enfrentar os desafios do mundo dos negócios. "A Besouro me deu não só novas habilidades, mas também confiança e esperança de um futuro melhor. Agora, estou pronta para transformar meus sonhos em realidade", conclui. Com sua história de superação, Jéssica Soares de Souza se tornou um exemplo para muitas outras mulheres negras e periféricas que buscam mudar suas vidas. Mais do que uma cabeleireira, ela é uma empreendedora que encontrou na Besouro o suporte necessário para fazer sua paixão pelos cachos crescer e florescer em um negócio de sucesso.<figure class="image"><img style="aspect-ratio:500/625;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/02_Cabelo_trancado_por_Jessica_1_4db8694133.jpeg" alt="02 - Cabelo trançado por Jéssica (1).jpeg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_02_Cabelo_trancado_por_Jessica_1_4db8694133.jpeg 125w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_02_Cabelo_trancado_por_Jessica_1_4db8694133.jpeg 400w," sizes="100vw" width="500" height="625"><figcaption>Cabelo trançado por Jéssica</figcaption></figure>

Conheça a história de Jéssica Soares de Souza, mulher negra e periférica de Porto Alegre que transformou sua realidade com o empreendedorismo e hoje capacita outras mulheres da comunidade

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Thiago Santana, que foi de aluno a tutor do Grupo Besouro, acredita o poder da educação para transformar realidades&nbsp;&nbsp;&nbsp;Thiago Santana, de 35 anos, sempre acreditou na força transformadora da educação. Formado em Administração de Empresas e morador do Rio de Janeiro, Thiago trilhou um caminho de oportunidades e aprendizado até se tornar um tutor do Espaço da Juventude de Jacarezinho, uma função que desempenha com orgulho. Sua jornada com a Besouro começou em 2022, e hoje ele é parte fundamental do impacto social que a instituição promove. Em 2022, Thiago estava em busca de novas oportunidades de crescimento quando se deparou com o projeto Decola Jovem, promovido pela Agência Besouro. “Eu estava disponível para o mercado de trabalho e vi nesse projeto uma oportunidade de me reciclar e adquirir novos conhecimentos”, conta ele. O curso de empreendedorismo oferecido pelo Decola Jovem o atraiu, não apenas pela possibilidade de se capacitar, mas também pela chance de fortalecer o currículo. O que ele não imaginava, naquele momento, era que a Besouro se tornaria muito mais do que um simples curso. Dois anos depois, Thiago retornou à organização, não mais como aluno, mas como colaborador. “Foi muito marcante para mim o fato de, organicamente, eu ter sido chamado para fazer parte do processo seletivo da Besouro. É como se eu estivesse retribuindo aquela ajuda que tive lá em 2022”, avalia.Thiago se orgulha de fazer parte de um projeto que tem um forte compromisso social. Para ele, o papel da Besouro vai muito além do simples ensino de empreendedorismo. “O que mais me traz satisfação é saber que faço parte de uma empresa que tem esse compromisso com a educação, que dá a oportunidade para que pessoas mudem de vida”, explica. Essa responsabilidade com a transformação social é o que o motiva diariamente em seu trabalho com jovens em situação de vulnerabilidade no Espaço da Juventude.<figure class="image"><img style="aspect-ratio:500/889;" src="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/01_1_bb8922ed2b.jpg" alt="01 (1).jpg" srcset="https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/thumbnail_01_1_bb8922ed2b.jpg 88w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/small_01_1_bb8922ed2b.jpg 281w,https://backend.institutobesouro.com.br/uploads/medium_01_1_bb8922ed2b.jpg 422w," sizes="100vw" width="500" height="889"><figcaption>Thiago se tornou um dos turores do Espaço da Juventude</figcaption></figure>Em seu cotidiano como tutor, Thiago vivencia de perto o impacto positivo que o acesso à educação e à tecnologia têm na vida dos jovens que frequentam o espaço. “Eles gostam de estar aqui, em um espaço bonito, limpo e organizado, onde têm acesso a tecnologias que muitas vezes só viam na televisão. Mais importante ainda, eles aprendem a operar esses objetos”, relata. Para ele, a transformação é visível: “Você ver um jovem que nunca teve contato com um drone, por exemplo, conseguir fazer registros de vídeo ou fotos após passar pela capacitação. Isso é muito gratificante”. Para além de seu trabalho, Thiago sempre busca passar uma mensagem de esperança aos jovens que acompanha. “O que eu costumo falar sempre aos meus alunos é: aproveitem as oportunidades, saibam aproveitá-las ao máximo e acreditem no conhecimento e na educação para que os sonhos se tornem realidade”, aconselha. Ele acredita que a educação é um veículo poderoso para transformar a vida de qualquer pessoa, especialmente quando aliada a um projeto social inclusivo, como o da Besouro. Hoje, Thiago acompanha com orgulho o crescimento da instituição que tanto influenciou sua vida. Ele reforça a importância de iniciativas como a Besouro, que se expandem cada vez mais para alcançar diferentes realidades. “Vivemos em um país onde é necessário que grupos como a Besouro abracem mais pessoas e mais realidades, porque a educação acessível transforma vidas”, finaliza.

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Em busca de trabalhar com propósito, Camila Machado Gomes conheceu o Grupo Besouro e se tornou uma das facilitadoras da equipe

Notícias

Como piloto de drone, Hanna Beatriz está abrindo espaço para mulher negra no mundo do audiovisual

DJ Anati: profissional da beleza e da música equilibrando trabalho e afeto

A arte de adoçar a vida

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